Então voltou-se
Era o ano de 1970. Já por nove anos Portugal estava enviando militares para a guerra que “alguns chamaram de Guerra Colonial. Outros chamaram-na de Guerra do Ultramar e ainda outros, Guerra de Libertação”; começando por Angola e estendendo-se à Guiné e Moçambique. Era comum os soldados portugueses serem enviados para a guerra nesses lugares mas parecia que António seria um dos que escaparia. Agora, ao ser informado de que teria de partir dentro de poucos dias, parecia que o céu havia desabado sobre ele e sobre a sua família!
Mas a história seguia o seu curso. Quando a Segunda Guerra Mundial havia acabado há apenas dezasseis anos e tal como a primeira e todas as outras; deixado atrás de si desgraça e um mundo dividido e cheio de problemas tão grandes ou maiores do que os que existiam antes: Portugal começou a enviar militares para essa nova guerra. Os efeitos e o resultado final dela não poderiam ser plenamente conhecidos antecipadamente. Contudo, não seria difícil prever que ela causaria, em menor ou maior escala, os efeitos que se podem esperar de qualquer guerra. E agora dez anos depois do seu início já se conheciam não poucos resultados tristes.